Baía da Traição: A beleza das praias e a cultura potiguara

Baía da Traição, no litoral norte da Paraíba: suas praias são de uma beleza única. Em forma de meia-lua, com falésias e recifes, elas compõem um conjunto impressionante.

Além disso, tem marcos históricos e culturais muito ricos. Se não é uma praia de turismo sofisticado, como Porto de Galinhas ou Jeri, pode ser muito boa para você que procura um passeio de feriadão ou férias que possa sair mais em conta.

Mas, primeiramente, por quê esse nome “Traição” ?

Houve alguma traição que fosse tão marcante assim para justificar o nome do lugar?

Bom, do ponto de vista dos colonizadores europeus, houve.

Na expedição portuguesa de 1501, que foi feita para reconhecimento de alguns pontos do litoral brasileiro, as embarcações se aproximaram bastante da praia e os marinheiros viram aquilo que acharam que seriam gestos amigáveis dos índios.

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Alguns desses marinheiros se deixaram levar pelas impressões e desembarcaram para fazer contato mais direto. Acabaram sendo “traídos”…

Na verdade, foram mesmo é devorados pelos nativos antropófagos.

Outra versão diz que os Potiguaras ajudaram muito os franceses, que exploraram Pau-brasil ainda no começo do século XVI.

Os índios também colaboraram com os holandeses, já nos anos de 1600. Sendo assim, considerados “traidores” dos portugueses.

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Conta – se que essas, por assim dizer, “amenidades” entre índios e invasores aconteceram por que nem os franceses nem os flamengos se metiam muito com a cultura nativa, limitando-se a contatos comerciais. Diferente dos ibéricos, que tinham todo um projeto de dominação através da catequese e até do extermínio dos Potiguaras.

A prainha das Trincheiras

Depois dessa pequena contextualização histórica, vamos conhecer os pontos por onde passamos, com o que mais nos chamou a atenção e o que podemos sugerir como um roteiro por essa parte do litoral da Paraíba.

Ao entrar na cidade, chegamos à Praça José Barbosa. Nas imediações existem pequenas barracas e bares que trabalham com petiscos e demais pratos baseados na culinária local: peixes, mariscos, etc. A maioria dos estabelecimentos tem um perfil mais simples.

Durante as horas de maré baixa, a faixa de terra fica bem larga. Os recifes naturais contribuem para que haja mais espaço para se colocar cadeiras e guarda-sóis e para os pequenos poderem brincar. O cenário torna-se bem bonito, com piscinas naturais e o farol ao fundo.

 

A medida em que se vai caminhando para o lado sul, percebemos o aumento da quantidade de gente: famílias com crianças, grupos de amigos e casais. Também é nessa área que se concentram várias palhoças com pequenos bares. Tudo num clima bem popular e bastante movimentado.

Se você quer ficar na beira da praia, tomando sol, bebendo uma cerveja gelada com sua família ou amigos, esse trecho, a cerca de 300 metros da praça, com certeza é o mais interessante para passar umas horas.

A Praia do Forte: “falésias” e canhões

Hora de seguir para a Praia do Forte, a cerca de 3 quilômetros ao norte do trecho em frente à praça. O trajeto entre um ponto e outro pode ser feito pela avenida principal da praia, a Dom Pedro II.

Após subir uma ladeira, já em terras de reserva indígena, chegamos ao local conhecido como Associação Indígena Cultural Potiguara Toré Forte. É lá que estão os principais atrativos daquela área do litoral da Baía da Traição para quem se liga em cultura, arte e história.

Para poder entrar no local, o visitante passa por um portal estilizado e deve pagar uma taxa de manutenção de 2 reais (preço em setembro de 2018).

Três canhões que ficam numa poção mais elevada do terreno: o espaço onde eles estão é bastante procurado pelos turistas para tirar aquela “selfie” e para apreciar as mais belas vistas do local.

É possível observar o mar lá embaixo, a movimentação de gente é bem reduzida nessa área, as ondas são mais fortes e há barreiras altas, aquelas que são conhecidas como falésias.

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